Panorama geral da distribuição da cobertura pelos partidos políticos e candidatos

Análise da primeira semana da cobertura dos media na campanha eleitoral
Ao longo da primeira semana da campanha eleitoral, a análise de conteúdo da cobertura dos media foi realizada em três jornais diários (Notícias, Diário de Moçambique e Opais), nos quatro jornais semanários (Savana, Zambeze, Domingo e Magazine Independente) e num meio de radiodifusão, a Rádio Moçambique. A análise consistiu na avaliação do número de peças assim como ao espaço dedicado aos 30 partidos políticos[1] concorrentes às eleições legislativas e provinciais, assim como aos três candidatos às eleições presidenciais (Afonso Dhlakama, Filipe Nyusi e Daviz
Simango).

Usando a presença do partido ou candidato no título do artigo, como critério de selecção do artigo, foram recolhidos 440 artigos noticiosos publicados nos oito meios de comunicação social analisados. Para o caso dos meios de radiodifusão (Rádio Moçambique) e alguns jornais como o Notícias, com espaços definidos para a cobertura eleitoral, a busca dos artigos foi realizada a partir desses espaços, identificando os que se referem aos partidos políticos e aos seus candidatos.

Tabela 1 – Distribuição da cobertura dos media pelos partidos políticos na primeira semana da campanha eleitoral de 2014.

 

 

 

 

Conforme a tabela 1, contendo a distribuição de frequência dos artigos publicados pelos meios, a Rádio Moçambique é o meio com a maior cobertura (202), seguido dos diários Opais (92), Notícias (59), Diário de Moçambique. Os jornais semanários, pela periodicidade, apresentam o menor número de artigos publicados, circulando entre os cinco (Savana) a 14 (Domingo), artigos publicados sobre as actividades de campanha dos partidos políticos.
Refira-se que estes dados não correspondem ao número de peças/artigos publicados, mas sim ao número de vezes ou espaço em que cada partido ou candidato é reportado no meio. Isto é, existem peças de reportagem que são dedicadas a dois ou mais partidos políticos, estas peças são multiplicadas pelo número de partidos políticos representados, sendo analisado o tempo dedicado a cada um dos partidos políticos. Este facto ocorre também para os jornais semanários que, em muitos casos, reportam, numa única peça, actividades de campanha de dois ou mais partidos políticos/candidatos.
Nesta primeira semana da campanha, nota-se a tendência de uma maior cobertura para as actividades do partido Frelimo (196), seguido do MDM (122) e da Renamo (110)[2] . Em termos dos meios, pode-se verificar esta tendência na RM, Notícias, Diário, Domingo, Opais. Quanto aos semanários, embora com poucos artigos, nota-se uma tendência diferente, a Frelimo com 1 artigo no Savana, comparado com os outros com 2, o Zambeze com 2 artigos para cada um dos partidos.
De uma forma geral, estes são os dados mais relevantes da distribuição quantitativa da cobertura dos candidatos nas eleições. Considerando que, semanalmente, para além das análises quantitativas trazemos alguns comentários e interpretações aos dados, baseando numa das variáveis e em alguns meios seleccionados, esta semana iremos dissertar sobre o tipo e a qualidade da cobertura oferecida pelos jornais semanários.

[1] Concorrem para estas eleições, os seguintes partidos políticos: MDM – Partido Movimento Democrático de Moçambique; RENAMO – Partido Resistência Nacional Moçambicana; FRELIMO – Partido FRELIMO; ALIMO – Partido Aliança Independente de Moçambique; PASOMO – Partido de Ampliação Social de Moçambique; MJRD – Partido Movimento da Juventude para Restauração da Democracia; PIMO – Partido Independente de Moçambique; UASP – Partido União Africana para Salvação do Povo de Moçambique; PLD – Partido de Liberdade e Desenvolvimento; PPD – Partido Popular Democrático de Moçambique; SOL – Partido Social Liberal e Democrático; PAHUMO – Partido Humanitário de Moçambique; PARESO – Partido de Renovação Social; PUMILD – Partido Unido de Moçambique da Liberdade Democrática; PEC-MT – Partido Ecologista Movimento da Terra; PAZS – Partido de Solidariedade e Liberdade; PVM – Partido, os Verdes de Moçambique; MONARUMO – Partido Movimento Nacional para Recuperação da Unidade Moçambicana; PDD/AD – Partido para Paz, Democracia e Desenvolvimento/Aliança Democrática; PARENA – Partido de Reconciliação Nacional; P.P.P.M – Partido do Progresso do Povo de Moçambique; UM – Partido de União para Mudança; JPC – Grupo de Cidadãos Eleitores Associação Juntos pela Cidade; PRDS – Partido de Reconciliação Democrática Social; PT – Partido Trabalhista; PANAOC – Partido Nacional de Operários e Camponeses; MPD – Partido Movimento Patriótico para a Democracia; UE – Coligação de Partidos Políticos União Eleitoral; PASDI – Partido Social Democrata Independente; PUR – Partido da União para a Reconciliação

[2] É preciso notar que a campanha da Renamo iniciou com a ausência do seu candidato, enquanto decorriam as negociações e os preparativos para a sua vinda na assinatura dos acordos de fim do conflito militar que se registou no país. Este dado pode ser importante para compreender de forma relativa a quantidade de cobertura oferecida para a Renamo, uma vez, o seu actor principal ter estado ausente nesta primeira semana da campanha eleitoral.

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